quarta-feira, 21 de setembro de 2011

haja Luz.... assim começou minha fascinação por madeira...

Quando ainda criança, creio que com uns 11 anos de idade, ajudava meu pai na roça. Cuidávamos de sete mil pés de café, eramos meieiros, acontece que entre uma safra e outra acabava o dinheiro, e o velho necessitava fazer outros serviços para poder pagar a venda onde comprávamos na caderneta.
 Foi neste período que ajudei meu pai a construir uma garagem para o novo trator que o dono da fazenda havia adquirido. Chegaram as madeiras: Palanques, vigotas, terças e tábuas. não tínamos quase nada de ferramentas,  as elétricas nem sequer eram ainda sonho de consumo, pois não há conhecíamos, e onde não há conhecimento não há cobiça como diz o apóstolo Paulo (Rm 7:7). Tínhamos, traçador (uma espécie grande de serrote para toras), serrote, enxó,  martelo e arco de pua, vontade de trabalhar e conta para pagar.
Assim  aquele amontoado de madeira começou a criar forma e a cada encaixe meus olhos iam brilhando e estranhamente um calor no peito aumentava a cada martelada, orgulho de ver como meu pai podia transformar peças retas em formas, madeira em arte. Desejei saber o mesmo, desejei pagar as contas da mesma forma.
Assim foi minha primeira experiencia com a madeira e as ferramentas, foi a primeira transformação que vi acontecendo, algo morto revivendo... assim houve luz....
Enxó
Traçador

Arco de Pua

1 comentário:

  1. O arco de pua do meu bisavô paterno está comigo hoje, preciso repor o cabo do meio e arrumar umas puas, mas com certeza quero colocar em uso, principalmente para fabricar móveis rústicos.

    As ferramentas tradicionais continuam cumprindo seu papel, nosso mundo moderno e sua correria que os julgam ineficazes.

    Abraço.

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